Quatro anos de gritos entalados na garganta, e ao que parece, eles foram libertados todos de uma só vez quando a baiana Pitty pisou no palco da Assembléia Paraense, nos últimos minutos do dia 30 de abril de 2011. E aquele que deveria ser um dos shows de encerramento da turnê do disco "Chiaroscuro", se transformou em um reencontro.
A última aparição de Pitty em Belém foi em 2006, no final da turnê de divulgação de seu segundo disco, "Anacrônico". Desde então, a baiana que ainda era uma novidade para muita genttrupe se tornou um dos grandes nomes do rock nacional, e lançou no período dois discos: os discos "DesConcerto" - registro ao vivo da "turnê Anacrônica" - e o disco "Chiaroscuro" - lançado em 2009.
Sucesso absoluto nas lojas - e nos downloads - as turnês destes dois últimos projetos quase não passariam por Belém, pois provavelmente o novo disco da cantora deve ser lançado ainda no primeiro semestre, inaugurando também a nova turnê da cantora. O disco e DVD "Trupe Delirante no Circo Voador" foi gravado ao vivo no Rio de Janeiro, e seu repertório já dá as caras nos atuais shows da cantora.
Mas a cantora reservou uma noite especial para Belém, mesclando as duas últimas turnês e trazendo sucessos que nem figuram mais no repertório da Banda. A própria cantora revelou nos bastidores que músicas como "Equalize" já estão de fora das últimas apresentações, mas devido ao tempo que os fãs paraenses esperaram pelo show, essas canções não poderiam ficar de fora.
Pouco antes da meia-noite, as luzes se apagaram e os insistentes fãs que clamavam por "Pitty" desde as 20h40 espremidos em frente ao palco da Assembleia Paraense, foram presentados com os primeiros acordes de "Máscara", música dos tempos da extinta "Inkoma", onde a baiana soltava os primeiros gritos no vocal e que lhe tornou conhecida no cenário underground de salvador.
Em seguida, ecoou no salão nobre da AP a música "Admirável Chip Novo", que nomeou o primeiro disco da cantora - o mais vendido do rock nacional em 2003, uma viagem no tempo principalmente para os fiés seguidores, que não deixariam o tempo passar, e afirmariam isso - gritando - logo depois, quando Pitty apontou para eles o microfone, durante o refrão de "Semana Que Vem".
Viriam as músicas do disco novo, ainda inéditas em Belém. Uma das mais aguardadas, "Fracasso", foi cantada como se fosse um velho sucesso. "Água Contida" foi a quinta do show, também do disco novo, seguida por clássicos do repertório de Pitty como "O Lobo", "Memórias" e "Equalize", acompanhada em coro pelo público, seguida por "Emboscada", também do primeiro disco.
"Comum de Dois" foi lançada recentemente na internet, para que os fãs pudessem cantá-la na gravação do novo álbum. Outra novidade do novo repertório que Pitty mostrou em Belém é a sua versão de "Se Você Pensa", de Roberto Carlos, aprovada imediatamente pelos paraenses. A música "Só Agora", do último disco, também era inédita em Belém e espalhou algumas lágrimas pelo público.
Mas as lágrimas guardadas escorreram mesmo quando a banda tocou "Na Sua Estante", no momento mais emocionante do show. Para enxugá-las de vez, os riffs pesados de "Anacrônico" e de "Todos Estão Mudos". A penúltima "Pulsos", também inédita em Belém, era esperada aqui desde seu lançamento, no disco ao vivo "DesConcerto", talvez não mais esperada do que a música que encerraria o show.
"Me Adora" também era inédita em Belém, mas não se deixe enganar pelo clima de auto-afirmação adolescente que a canção ganha na boca do público. A letra ilustra uma fase mais pessoal das composições, e ao mesmo tempo, uma fase que atrai cada vez mais fãs. Contraste e identificação, coisa que só é possível de entender ali, na frente do palco, ao lado dos fãs enlouquecidos da Pitty, que lhe adoram - e lhe acham f***. (Alexandre Yuri / DOL).
Fonte: diarioonline.com.br
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