19 junho 2010

Pitty fala sobre o clipe Fracasso no Boteco


Ontem estreou o nosso novo clipe, da música “Fracasso”. Galera no twitter ficou frenética escrevendo com a tag #clipeFracasso (valeu!) e assim eu pude ler, quando tive tempo, os comentários sobre a estreia. Que delícia poder contar com a tecnologia nessas horas e aprimorar a comunicação com os que gostam do nosso som. Com base nas resenhas da galera, e pra responder perguntas e dúvidas gerais que apareceram lá, eis aqui algumas considerações sobre o clipe de Fracasso:

- Desde sempre, a ideia era ser um clipe simples, direto e SUBJETIVO. Usando apenas um elemento visual – a desconstrução da imagem da personagem- como metáfora para sentimentos internos de inveja, fracasso, decadência, baixa-estima. Como se a gente pudesse ver na tela o seu interior: borrado, grotesco, insano; em contraste com o seu exterior: linda, perfeitamente arrumada e sexy, com olhar superior. Percebam que o olhar muda em cada uma das situações. E a maquiagem foi o elemento cênico que encontramos para mandar essa mensagem.

- É um clipe feito de sutilezas e que requer interpretação. São muitos símbolos. Há uma cena, por exemplo, no começo do solo de guitarra onde a personagem aparece já toda borrada, e faz charminho pra câmera, faz cara de modelo. Ela está “se achando”, não percebe que está daquele jeito, acredita na própria ilusão. Outra cena, quase no final: à essa altura ela está completamente surtada e o chapéu insiste em lhe cair da cabeça; ela desesperadamente tenta manter a compostura e seguir adiante. E quando o maquiador entra no final: a “diva” está lá toda empoada e presunçosa, e sempre tem alguém para mimá-la e cuidá-la, a mantendo isolada do mundo real.

- Como tínhamos esse conceito e essa ideia bastante subjetiva, a maioria das coisas que acontecem no clipe é fruto do improviso e do momento. Era o Oscar (diretor) dizer “ação” e deixar um take inteiro rolar, comigo tentando interpretar a música. Tínhamos essa ideia de ir borrando o make, mas não sabíamos, por exemplo, que o Coringa iria aparecer ali. E nem que a cartola poderia cair daquele jeito. E a coisa do cílio postiço tranformado em bigode (quando vi que ele tinha descolado, pensei que aquela diva louca certamente o usaria daquele jeito). E muitas coisas outras. Obviamente a excelente edição do Oscar privilegiou esses pequenos imprevistos que aconteceram e acabaram dando mais sentido à letra.

Sobre os comentários da galera, alguns me chamaram a atenção e aproveito para esclarecê-los: Clique Aqui

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